segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gordurinhas


  Por Natália Bellório 
  Imagem: internet


    Chegou o dia que eu tanto ansiava – mas, ao mesmo tempo, temia. O dia em que ou você se alegra ou entristece. O dia em que você sobe na balança.
     Para. Esperançosa para que dê um resultado positivo, feliz, magro ou pelo menos desejando que alguns indesejados quilinhos a mais tenham ‘desaparecido’. E daí, a balança te mostra um resultado... ... ... ... ... ... não muito agradável.
     Dependendo do lugar onde estiver (e normalmente é em uma balança de farmácia – o que não foi o meu caso), você olha para os lados, para certificar-se que não há ninguém olhando. E sai. Assim, sem expressão alguma ou só finge e dá um sorrisinho para alguém que passa para achar que está tudo bem.
     Mas, no caminho de volta ao seu destino, os pensamentos estão a mil. “Não pode ser! Esta balança está errada!” – é quase sempre a primeira coisa a pensar – “Não pode ser, eu fiquei tanto tempo sem comer chocolate!”, “Como eu não emagreci nem 1kg após 2 semanas de dieta?” e por aí vai, com dúvidas trilhando o seu caminho, até que a sua alegria... desaparece! (Acho que isto é mais para mulher, claro que também há os homens vaidosos e preocupados com o peso, no entanto, normalmente, são mais as mulheres totalmente bitoladas no assunto.)
     Diante da realidade que enfrentou há poucos minutos, reações de diferentes maneiras atingem a pessoa – pois acredito que varie de uma para outra. A princípio, acho que surge a tristeza ou o desespero – “porque tantas pessoas são magras e eu não?”, “porque a minha genética tinha que me castigar assim?”, “porque eu não consigo emagrecer tão facilmente que nem a fulana de tal?”, “é claro que o mocinho não gosta de mim porque eu sou gorda!”.
     Depois, ou você encara a raiva – “eu sabia que aquela dieta não daria certo”, “d******a”, “p***a, me esforço tanto para nada”, “porque eu continuo diminuindo a minha alimentação se nada acontece?” – ou aquela vontade que surge do além lhe dando mais esperanças, lhe conscientizando e fazendo dezenas de promessas para emagrecer – que, apesar de começar tudo muito bem durante alguns dias ou até meses, normalmente elas são desfeitas.
     Por mais que não goste, por mais que talvez não queira deixar fora do cardápio aquele chocolate depois do almoço ou o sorvete preferido, percebe que é necessário para o seu bem-estar; apesar de sempre achar que você se sente bem com o corpo que tem,mas no fundo... sempre olha no espelho a barriguinha tão indesejada.
     E percebe que há de fazer algo para mudar.
     E isto não pode ser passageiro.
     Isto não pode ser momentâneo.
     Isto não pode ser algo apenas nas reflexões de hoje.
     Isto tem que ser duradouro, persistente e insistente, “ah, mas desta vez vai ser duradouro... vou começar a caminhar, diminuir o chocolate e comer de 3 em 3 horas. Quero só ver se esta balança não vai estar do meu lado na próxima vez que eu pesar!”.
É, a próxima vez que pesar... A próxima vez que pesar...
     A próxima hein?
     O que mesmo?
     Aiii, vamos evitar os distúrbios psicológicos!!
     Chocolate, chocolate, chocolate... me espera que estou chegando, amor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário